terça-feira, 25 de maio de 2010

Cara nova

Mudei a cara do Cinema Brazuca!

Eu sei que faz tempo que eu não faço postagem, que eu devia escrever um post novo, e não brincar de pintar e colar com o blog. A explicação é muito simples, e tem nome: fim de semestre. Não estou exatamente tão sem tempo que não possa escrever, a questão é que tenho pensado tanto em outras coisas, de personalidades jurídicas a catarse, que não tenho tido cuca pra escrever sobre cinema. Estou vendo os filminhos, ainda. Já já sai outra crítica inconsequente.

Quanto ao novo visú do Cinema Brazuca, ainda estou testando o esquema de cores e fontes. Se você tiver alguma sugestão ou crítica, por favor, por favor, por favor, deixe um recadinho!

sábado, 1 de maio de 2010

Bruno Barreto - Dona Flor e Miss Simpson


Bruno Barreto dirigiu, além muitos outros filmes, a história da Dona Flor, do Jorge Amado, e da Miss Simpson, do Sérgio Sant'anna (que ganhou outro título no cinema, li por aí, pra que não fosse confundida com o desenho dos Simpsons). Eu vi os dois filmes, quase por acaso, na mesma semana. No domingo à noite a preguiça-mor pedia uma comédia, e eu tinha o Dona Flor e seus dois maridos gravado aqui comigo. Vimos e eu gostei muito. Achei o Bruno um bom diretor. Eu não me impressiono muito com grandes lances artísticos, pelo menos não o tempo todo, o que eu gosto mesmo, volto a dizer, é de uma história bem contada. E Dona Flor e seus dois maridos é bem isso.

Imagino que não tenha sido muito difícil. Dona Flor é uma história muito boa. Não tem como errar. O Jorge Amado deixou metade do trabalho feito para o Bruno Barreto. Mesmo assim, achei o cara bom. Fiquei curiosa, não conseguia me lembrar dos outros filmes que ele tinha feito. Então dei uma buscadinha na internet e descobri que ele tinha feito um outro filme bem-feitinho que tinha me agradado bastante, o Bossa nova.

Agora eu preciso me explicar, porque o Bossa nova é pior que um filme comercial: é um filme pra gringo. Tá inclusive metade na língua deles. Meus escrúpulos anti-imperialistas e meu objetivo brazuca neste jogo não me permitem seguir assim sem me justificar a respeito de Bossa nova. Então vamos.

Bossa nova foi feito sobre um conto de Sérgio Sant'anna, brasileiro, o que já me redime um pouco. É a história de uma Senhorita Simpson, professora de inglês, gringa, moradora do Rio de Janeiro. Além da história estar diretamente ligada à minha, também sou teacher, há que se reconhecer que estudar inglês é uma verdadeira tradição tupiniquim. Quem nunca se viu sentado numa cadeira de escolinha de inglês, mesmo quando preferia estar brincando lá fora? Se não fosse assim, não tinha tanta escola de inglês espalhada por aí. Só na rua do bar que eu frequento tem duas. A gente ali tomando cerveja e comendo croquete e o sujeito na sala de aula, bem na frente, estudando tempos verbais analíticos.

Depois, Bossa nova não é um filme disfarçadamente pra gringo, nem acidentalmente pra gringo. O cara foi lá e fez uma comédia romântica... pra gringo. No Rio de Janeiro. Uai, o que mais tem no Rio além de carioca? - Gringo!
O Rio de Janeiro já foi vendido como estância turística de gringo tantas vezes...

Eu acho Bossa nova um filme ótimo. Ele é redondinho, não falta nada, tudo se encaixa. É uma comédia romântica como poucas. Todos os personagens são bacanas. Tem todo mundo lá: o jogador de futebol, o imigrante, o advogado. A estagiária do advogado, também. Tem o gringo que se apaixona pela brasileira, outro clássico. Tem gente que pratica natação na praia (meu sonho de consumo), igual fazia o Escobar do Machado de Assis, que morreu afogado - só que a Miss Simpson é salva do afogamento. As pessoas vivem se afogando nas praias da Zona Sul por motivo de fazer o enredo andar.

Eu já tinha visto Bossa nova antes de começar a blogar sobre os filmes brasileiros. Mas, depois que eu vi Dona Flor, e quando ainda estava pensando no assunto, eu vi ele passando, por sorte, na tevê a cabo um dia. Já estava na metade. Eu estava assistindo umas três coisas ao mesmo tempo, inclusive Y tu mamá también, que é um dos meus filmes preferidos, mas foi justamente o Bossa nova que prendeu minha atenção. Mesmo o Gael García Bernal sendo muito mais gatinho que o Antônio Fagundes. Tou certa ou tou certa?

Recomendo. Os dois. (Filmes.)

Dona Flor e seus dois maridos (1976)
Comédia, 120 min.
Direção: Bruno Barreto
Roteiro: Bruno Barreto, Eduardo Coutinho e Leopoldo Serran, baseado em livro de Jorge Amado
Atores: Sônia Braga, José Wilker, Mauro Mendonça, Débora Brillanti, Rui Resende


Bossa nova (2000)
Comédia romântica, 90 min.
Direção: Bruno Barreto
Roteiro: Alexandre Machado e Fernada Young, baseado no conto "A senhorita Simpson" de Sérgio Sant'anna
Atores: Amy Irving, Antônio Fagundes, Alexandre Borges, Débora Bloch, Drica Moraes


P.S.: estou aqui quebrando provavelmente uma regra do blogueiro. Apaguei a postagem anterior e substituí por esta. Fiz isso por que toda vez que gosto de uma comédia, me sinto culpada, e me encontro me justificando por ter gostado. O que é besteira. A gente acha que os dramas, as tragédias, os policiais, por serem mais sérios são também mais importantes que a comédia. É um complexo de reflexionismo da vida, que é dura, mas também é engraçada. É difícil pacas fazer alguém rir, e às vezes também é difícil conseguir rir, em algumas situações, mas, olhando para a Sônia Braga, fica muito mais fácil. Tou certa ou tou certa?



DOWNLOAD TORRENT

(Bossa nova eu vi em DVD e não consegui achar link pra download. Se alguém tiver, por favor, deixe um comentário!)