sábado, 2 de janeiro de 2010

Projeto de ano novo

Dezembro eu prestei vestibular, de novo. Pra Direito. Passei e tudo, mas uma das questões era sobre o Anselmo Duarte. Ela dizia algo como "este diretor morreu recentemente e seu trabalho mais conhecido é O pagador de promessas", e em seguida vinha uma lista com nomes de diretores brasileiros, e eu, meio perdidona, escolhi o Gláuber Rocha.
Sorte minha que eu sabia geografia...

O gabarito só saía no dia seguinte, e eu estava com a questão na cabeça, então eu resolvi tirar a dúvida com a minha avó. Além de antiga, ou seja, quando o filme entrou em cartaz ela estava lá pra ver, minha avó também é antenada e viciada em palavras cruzadas, o que quer dizer que ela é boa de respostas.
O que ela me disse:

VÓVS
Cê tá louca? O pagador de promessas, Gláuber Rocha?

EU
Pô, vó, é o única cineasta brasileiro que eu conheço!

VÓVS
Hahahaha. Você é mesmo parte da Geração Y.

EU
Y?

VÓVS
(Faz um sinal engraçado indicando o cofrinho (no traseiro, vocês sabem...). Y.)


Profundamente envergonhada fiz a única coisa que podia fazer, decidi procurar e conhecer o cinema brasileiro. Como estávamos perto do fim do ano (isso foi pouco antes do natal), resolvi fazer disso meu projetinho 2010.


Ponto de partida

A situação do meu conhecimento de cinema brasileiro neste momento é bastante triste. Eu não sei mais do que sabia no dia que chutei que o Gláuber tinha dirigido O pagador de promessas. A única coisa que eu sei mais que aquele dia é que foi o Anselmo Duarte e que ele morreu não faz dois meses. E não vou mais esquecer...

O Gláuber Rocha, na verdade, eu ainda não assisti. Sei bem quem é por já ouvir falar bastante. Teve também aquela vez que um amigo de um dos meus colegas de república (isso foi na primeira faculdade, Letras) chegou em casa com uma fita (VHS!) com um programa de tevê antigo que o Gláuber apresentava. Eu lembro dele gritando "Eu sou o cineasta mais importante do Brasil! No Brasil se a gente não assume a importância cultural que tem, ninguém entrega ela pra gente!" &c. &c. ou alguma coisa do gênero.

Além do Gláuber, eu também já ouvi falar do Mojica Marins (a.k.a. Zé do Caixão). Tenho alguns amigos que adoram o cara e também vi ele na tevê. Pra falar toda a verdade, eu cheguei a ver um filme dele. Mas não me lembro. Era horrível, tinha uma empregada que fazia macumba e coisas assim. Mas não vi, por exemplo, À meia-noite levarei sua alma nem o filme novo em que ele está usando o modelito que o Herchcovitch desenhou pra ele... São os que precisam ser vistos.
Certo?

Bom, a questão portanto não é só sobre sentar no sofá com a pipoca na mão (manteiga, please), mas preciso descobrir quais filmes ver e ainda tenho que encontrar eles. Não vai ser fácil, já que minha cidadezinha (650 mil habitantes) não prima pelas opções em cultura e entretenimento.

Enfim, conforme as listas de filmes forem ficando prontas, e eu for encontrando blogs, páginas ou livros bacanas sobre cinema brazuca, e assistindo os referidos, vou postando aqui pra vocês.

Feliz ano novo e até o primeiro filme (que vai definitivamente ser O pagador de promessas).

6 comentários:

  1. hummmmmmmm, deu uma vontade de dar uns pitacos nessa lista. Por exemplo, um bem velho: Bye Bye Brasil. Um mais ou menos velho: Bicho de sete cabeças. Um bem novo (que nem eu assisti ainda mais quero muito): Lula, o filho do Brasil.
    Adoro cinema nacional, inclusive as chanchadas.
    Ah! Não pode de forma alguma deixar de lado o Oscarito.
    Bjos
    Mamacha

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  2. Hahahahahahahahahaha... Ótimo, adorei a iniciativa e vou segui-la de perto.

    beijocas da madrinha

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  3. Acredito que vai se deliciar com o cinema brasileiro - desde o tempo dos antanhos até agora, ficando cada vez melhor - adorei a Marvada Carne e Quatrilho,também, Carlota Joaquina... nossa, há uma longa lista - e eu nem sou tão assídua nas salas de espetáculo... Mas há muita coisa boa. Se a pipoca for quentinha, eu gostaria de compartilhar das sessões...
    Podemos rachar a manteiga,que tal?

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  4. Huahuahauua... já sou fã da sua avó !!!!!!!!

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  5. Teresa, estou aqui em Paraty numa pousada de gringos e mochileiros meio que isolada do mundo, principalmente por causa dos dilúvios que andaram caindo por aqui (Angra fica ao lado), pra passar o Réveillon com a família.
    Por acaso, num dos raros acessos à Internet pra atualizar os e-mails, soube da existência do seu blog.
    Muito legal! Sobre o Gláuber, acho a obra dele indispensável como referência, mas os filmes dele têm formato pouco palatável pelos jovens de hoje, a menos que se entenda o contexto em que foram feitos.
    Lá na ESD temos um professor de Economia, o Paulo Sandroni, que deu os seus pitacos como cineasta nos anos 60. E Ele ri de si mesmi, dizendo que ele é como o Glauber: o diretor era genial, mas os filmes uma m....rs
    Beijo,
    Sérgio (perdido por aí)

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  6. Saindo dos clássicos Anna Muylaert é algo a se observar

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